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terça-feira, 6 de março de 2018

Terceiro educador


Olá!
Com frequência questionamos como deve ser organizada a sala de aula, como deve estar expostos os materiais, brinquedos e decorado. O assunto que vamos abordar hoje é de extrema importância no desenvolvimento das crianças, estamos falando do terceiro educador, ou seja, o ambiente.

Entendemos que a criança compreende o mundo pela interação com meio que se encontra, desta forma é importante pensarmos, como deve ser esse ambiente para que o processo ocorra de forma prazerosa e significativa.
O terceiro educador é o espaço onde a criança desenvolve as suas atividades. O espaço é planejado e organizado pelos educadores de forma a criar o "maior número possível de oportunidades de aprendizagem pela ação e exerçam o máximo controle possível sobre o ambiente"(in Educar a Criança).
A sala, o recreio, os espaços comuns e todas as áreas em que a criança trabalha são agentes indiretos de ensino-aprendizagem. Por essa razão, os espaços devem ser atraentes e estimulantes para a criança.
Ambientes devem ser organizados de forma interconectada. O espaço é apenas um aspecto do ambiente, composto por relações. Ele interage, modifica-se, toma forma de acordo com projetos de interesse, sequências investigativas, projetações e experiências, num diálogo constante entre a arquitetura e o pedagógico desenvolvido.

Devemos proporcionar ambientes seguros para que as crianças possam interagir com o meio e nada venha as prejudicar. Todo tipo de material deve ser exposto, porém pensando no bem-estar de todos. Velar não é privar de descobertas e sim promover interação segura, por exemplo, se a criança está começando a andar, porém ainda há um desequilíbrio, devemos permitir que faça os movimentos sozinha, porém em um ambiente acolchoado para que não se machuque.  

Materiais diversificados, desafios, beleza, sonoridade, iluminação, tudo pode compor, cada detalhe num dia, uma surpresa para nosso ambiente, que tanto nos educa e acolhe. Planejado com cuidado e afeto, garante-se a dimensão estética, que é indispensável, pois é neste ambiente que se celebram diariamente os encontros cognitivos e afetivos entre educadores, pais e crianças. Os detalhes fazem toda diferença, o educador deve proporcionar um ambiente acolhedor, que de fato a criança se sinta em casa. Porém neste ambiente a criança de ser um ser participativo, opinando e influenciando na organização do espaço.

Quando falamos de educação infantil, pensamos em crianças pequenas que algumas vezes não se expressam oralmente, porém devemos observar as ações que realizam, por exemplo, percebemos que tal objeto chama a atenção de todos e sempre que brincam levam para determinado canto da sala, é dever do professor, observar essa interação é mediar intervenções para que descubram algo novo.

O terceiro educador também é fundamental nas séries iniciais, os alunos estão descobrindo o mundo das letras, portanto é significativo que o ambiente escolar incentive a leitura e compreensão do mundo.

Enfim o ambiente tem muito que nos oferecer, porém precisamos sempre observar os interesses e envolvimento das crianças para que o conhecimento seja significativo.

beijinho*
Ate mais!

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Concepção pedagógica construtivista


Olá pessoal!


As concepções pedagógicas são bases para nossa prática de ensino, já estudamos o pensamento tradicional. Esse post irá abordar a concepção construtivista. Uma linha de estudo que até hoje está sendo estudada por teóricos e confundida com outras concepções por professores.
O construtivismo foi desenvolvido pelo psicólogo e epistemólogo suíço Jean Piaget, no início da década de 1920. Também foi de fundamental importância, para o desenvolvimento do construtivismo, as pesquisas realizadas pelo psicólogo russo Lev Vygotsky.

Conceito baseia em:

- O centro do processo de aprendizagem é o aluno.

- O professor não é um mero transmissor de informações, mas sim um facilitador e orientador do processo de aprendizagem. O professor tem a função de colocar o estudante diante de situações (práticas ou teóricas), para que estes encontrem soluções e, desta forma, construam o conhecimento. Neste processo, a experiência de vida do aluno e seus conhecimentos, anteriormente adquiridos, são de fundamental importância.

- Os níveis de amadurecimento, desenvolvimento e conhecimento de cada aluno deve ser respeitado e levado em consideração no processo de aprendizagem.

- Ao docente cabe também a função de incentivar os alunos na busca de novos conhecimentos e na aprendizagem de novos conceitos.

- O aprendizado vai sendo construído aos poucos. Um novo conhecimento ou conceito é aprendido a partir de conhecimentos e conceitos anteriores.

- O ensino é realizado e percebido como um processo dinâmico e não estático, como ocorre nos métodos pedagógicos tradicionais.

- O conhecimento não é entendido como uma versão exata da realidade, mas sim uma reconstrução daquele que está aprendendo.

Características

Sala de aula: é um o espaço no qual os alunos estão reunidos para aprender, não de forma de memorização, reprodução ou conteúdos prontos,  mas sim um local em constante movimento de entrada de conhecimentos, possibilidades, criatividade, sonhos e acontecimentos.

Metodologia:
ETAPA
DESCRIÇÃO
Resultados do ano anterior
Analise os resultados do que deu certo e errado no ano anterior.
Qualidade do aprendizado
Crie um sistema de avaliação que priorize a qualidade de aprendizado e não apenas a quantidade de conteúdo memorizado.
Fazer diferente
Levante novas estratégias pedagógicas, adequadas aos modelos de aprendizagem dos seus alunos.
Gerenciamento da sala de aula
Crie procedimentos para o gerenciamento e gestão de sala de aula.
Resolução de conflitos
Crie um sistema de resolução de conflitos aluno x aluno, aluno x professor, professor x pais.
Relacionamento com a família
Crie estratégias para encantar e se relacionar com as famílias dos alunos.
Participação da família
Crie estratégias e atividades para a participação da família no ambiente escolar e fora dele.
Habilidades e necessidades
Levante pontos fortes e fracos dos alunos, trace objetivos, crie intervenções e monitore semanalmente.
Portfólio individual
Levante os modelos de aprendizagem dos seus alunos e trabalhe as inteligências.
Portfólio do professor
Levante seus pontos fortes e fracos e trace um plano para sua mudança pessoal, com metas, estratégias e tarefas a realizar.

Fonte: BRITO, 2012, p. 2.

Relação aluno-professor: O professor é mediador e não é o dono do saber. Existe uma troca de experiências e conhecimentos entre ambos. O aluno é o sujeito de sua aprendizagem, ou seja, um ser ativo que participa do processo.

Avaliação: Não existe prova para avaliar o aluno, mas uma auto avaliação para a reflexão de sua aprendizagem. O erro não é visto como um tropeço, algo ruim, mas como algo que desafia o aluno, desta forma o erro é fundamental para a percepção do conhecimento.

Segundo Piaget, a criança ela passa por estágios, onde a interação do meio com o sujeito constrói seu conhecimento.

ESTÁGIO
IDADE
CARACTERÍSTICAS

Sensório-motor

0-2 anos
As crianças adquirem capacidade de administrar seus reflexos básicos para que gerem ações prazerosas ou vantajosas. É um período anterior à linguagem, no qual o bebê desenvolve a percepção de si mesmo e dos objetos a sua volta.

Pré-operacional

2-7 anos
Caracteriza-se pelo surgimento da capacidade de dominar a linguagem e a representação do mundo por meio de símbolos. A criança continua egocêntrica e ainda não é capaz, moralmente, de se colocar no lugar de outra pessoa.

Operações concretas

7-11 anos
Tem como marca a aquisição da noção de reversibilidade das ações. Surge a lógica nos processos mentais e a habilidade de discriminar os objetos por similaridades e diferenças. A criança já pode dominar conceitos de tempo e número.

Operações formais

12 anos
Essa fase marca a entrada na idade adulta em termos cognitivos. O adolescente passa a ter o domínio do pensamento lógico e dedutivo, o que o habilita à experimentação mental. Isso implica, entre outras coisas, relacionar conceitos abstratos e raciocinar sobre hipóteses.
Fonte: Ferrari, 2012, p. 3

Alguns pensadores foram influenciados por essa concepção, como Emília ferreiro, aluna de Piaget, que desenvolveu uma técnica para alfabetização das crianças. (que iremos estudar em outro post)

A concepção é maravilhosa, desde que tenha poucos alunos em sala de aula, pois o professor é apenas um mediador do conhecimento do aluno e deve observar a individualidade e necessidade de cada um. O conhecimento é uma troca de experiências e relações com o meio, portanto o meio deve ser inovador e explorador para o aluno. Vemos que a realidade das escolas pública não favorece para que possamos trabalhar desta forma, pois a quantidade de aluno em sala de aula é lastimável, porém o professor com sua dedicação tenta promover aulas onde o aluno tenha interesse e seja um ser ativo e participativo dentro de sala de aula. Mas não podemos fugir da concepção tradicional, somos obrigados pelo sistema a permanecer obrigatoriamente com o uso do livro, carteiras enfileiradas, salas organizadas e em silêncio. Não desistam e acreditem no seu potencial e dos seus alunos. Você segue o sistema, mas quem está dentro da sala é você.

Espero que tenham gostado.

Beijinho*
Até a próxima😘

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Alfabetização


Olá pessoal!

Como prometido vamos voltar com nossos estudos e o tema de hoje é alfabetização.  Este ano tenho o prazer de trabalhar com o primeiro ano, desta forma, iremos ter muitos conteúdos voltados a esse tema, então se preparem!
Neste post irei pontuar 5 práticas essenciais para ajudar a turma no aprendizado e orientar os professores de como auxiliar nesse processo, que para uns é desafiador/prazeroso e para outros complicado/cansativo.

1.   Identificar o que cada criança sabe

Como assim?

Avaliar o nível de conhecimento individual, com intervenções adequadas para cada aluno. Antes de ser inserida no contexto escolar, a criança já tem contato com diferentes tipos de textos, desta forma cada uma apresenta uma bagagem que é introduzida pela família.
Quando estamos em uma turma de primeiro ano percebemos que existem diferentes tipos de saberes, alunos pré-silábicos, silábico sem valor, silábico com valor, silábicos-alfabéticos e alfabéticos.



O que fazer?

A melhor forma de avaliar o conhecimento de cada criança é fazer uma sondagem. O que seria isso? Um ditado individual de lista de palavras do mesmo campo semântico, ou seja, do mesmo tema, por exemplo: uma lista de frutas, lista de comida, lista de materiais escolares... com diferentes quantidades de sílabas, desde monossílaba até a polissílabas.



Dicas:
  •  Usar a sondagem para analisar o desenvolvimento dos alunos, ideal uma por mês variando o campo semântico.
  •   Variar as atividades de acordo com o nível do aluno, alunos alfabéticos precisam de novos conteúdos para continuar a apreender.

 2. Realizar atividades focando no sistema  de escrita

Como?

Realizando atividades onde o aluno precisa pensar para obter a resposta, como as relações grafofônicas, ou seja, o aluno relaciona a escrita e o som.
Uma atividade que proporciona esse tipo de reflexão é quando o professor é o escriba e juntos formulam um texto.

Dicas:

  •        Promover momentos de leitura individual para que as crianças percebam a relação das letras, para a formação de palavras e textos.
  • Corrigir, quando pedimos para o aluno escreva do seu jeito, não estamos aceitando o que ele escreveu , caso esteja errado, estamos vendo o que já sabe. Caso escreva de forma incorreta é necessário que ele veja como realmente se escreve.
  •   A cópia é um recurso que eu particularmente uso. Porém em determinados momentos, como: o cabeçalho, rotina, textos criados pela turma...
“Se reconhecermos que a cópia é somente uma das atividades que contribuem para a aquisição da escrita, se a incluirmos como recurso para resolver problemas de produção, se não esperarmos que o resultado seja cópia fiel do modelo e apreciarmos as diferenças como expressão da atividade intelectual dos nossos alunos no processo de reprodução; então, podemos dar lugar à cópia no processo de ensino.

  •   Leitura coletiva feita pelo professor, destacando características de linguagem.


      3. Criar projetos didáticos para alfabetizar

Como assim?

Um processo planejado com a participação dos alunos que tenha um objetivo de pesquisa e resulte em um produto final. Deve promover interesse de todos envolvidos e sentido aos alunos. O tema para o projeto deve ser escolhido pela turma ou o professor deve observar o que chama a atenção dos alunos. Desta forma, o conteúdo a ser trabalho será de fácil compreensão, já que os alunos já estão envolvidos. Podem ser criados diferentes projetos como: Eu sou o autor, onde cada criança irá confeccionar um livro e no final eles vão expor e autografar, criações de jogos que estimulem, cada criança cria seu jogo e compartilha com a turma no final, reciclagem do lixo, onde irão trabalhar seleção e para onde vai o lixo...

    4.  Trabalhar com sequência didática
O que é?
“É um termo em educação para definir um procedimento encadeado de passos, ou etapas ligadas entre si para tornar mais eficiente o processo de aprendizado.”




A sequência deve ter um objetivo a ser alcançado no produto final, onde terão passos para chegar até lá. O ideal é promover desafios para que os alunos tenham metas a ser conquistadas.  Os alunos podem alterar aos passos da sequencia, o professor pode orientar de acordo com as expectativas da turma.

A sequência deve ser bem organizada para que não fuja da proposta estabelecida e assim avaliado cada parte.

Etapas presentes na sequência didática:

·         #Dica 1 Explorar as habilidades socioemocionais:
São atividades que permitem que as crianças identifiquem sentimentos, emoções e organizações sociais. O foco é o autoconhecimento e a socialização e interação com os colegas.
·         #Dica 2 Explorar os sentidos:
Nessas atividades, o foco é a descoberta da visão, audição, tato, olfato e paladar.
·         #Dica 3 Explorar linguagens:
Aqui, entram as atividades em que a turma trabalha a linguagem oral e escrita, a música, o desenho e outras mídias (como vídeos, jogos online, etc.).
·         #Dica 4 Explorar conceitos matemáticos:
Ocorre quando são apresentadas noções de maior e menor, perto ou longe, formas geométricas, números, somas ou subtrações.
·         #Dica 5 Explorar conteúdos específicos:
Finalmente, há espaço para o aprendizado de temas específicos como natureza, literatura ou arte, entre outros.
Durante a sequência, garanta que haja um equilíbrio entre atividades individuais, em duplas e coletivas. Cada uma delas vai gerar interações e aprendizado distintos. Enquanto um exercício individual foca nos conhecimentos adquiridos por cada criança e exige mais concentração, duplas são excelentes para que cada um exponha pontos de vista e, juntas, elas discutam hipóteses. Já grandes grupos proporcionam trabalho em equipe, respeito às regras e troca de aprendizados.

    5. Atividades permanentes

O que é?

São atividades que devem estar na rotina todos os dias, como leitura de livros, escrita de textos e palavras com o professor escriba ou correção de palavras escrita pelos alunos, leitura do alfabeto, chamada dos alunos com crachás e entre outras. Proporcione momentos de brincadeiras onde possa de forma lúdica apresentar os conteúdos.

Dica:

Leve para sala de aula, diferentes gêneros textuais.

Digo sempre que a aula deve ser prazerosa para os alunos e para o professor, para que haja aprendizagem precisa ser significativa.

Espero que tenham gostado.
Dúvidas comentem 😘
Beijinhos*