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terça-feira, 6 de março de 2018

Terceiro educador


Olá!
Com frequência questionamos como deve ser organizada a sala de aula, como deve estar expostos os materiais, brinquedos e decorado. O assunto que vamos abordar hoje é de extrema importância no desenvolvimento das crianças, estamos falando do terceiro educador, ou seja, o ambiente.

Entendemos que a criança compreende o mundo pela interação com meio que se encontra, desta forma é importante pensarmos, como deve ser esse ambiente para que o processo ocorra de forma prazerosa e significativa.
O terceiro educador é o espaço onde a criança desenvolve as suas atividades. O espaço é planejado e organizado pelos educadores de forma a criar o "maior número possível de oportunidades de aprendizagem pela ação e exerçam o máximo controle possível sobre o ambiente"(in Educar a Criança).
A sala, o recreio, os espaços comuns e todas as áreas em que a criança trabalha são agentes indiretos de ensino-aprendizagem. Por essa razão, os espaços devem ser atraentes e estimulantes para a criança.
Ambientes devem ser organizados de forma interconectada. O espaço é apenas um aspecto do ambiente, composto por relações. Ele interage, modifica-se, toma forma de acordo com projetos de interesse, sequências investigativas, projetações e experiências, num diálogo constante entre a arquitetura e o pedagógico desenvolvido.

Devemos proporcionar ambientes seguros para que as crianças possam interagir com o meio e nada venha as prejudicar. Todo tipo de material deve ser exposto, porém pensando no bem-estar de todos. Velar não é privar de descobertas e sim promover interação segura, por exemplo, se a criança está começando a andar, porém ainda há um desequilíbrio, devemos permitir que faça os movimentos sozinha, porém em um ambiente acolchoado para que não se machuque.  

Materiais diversificados, desafios, beleza, sonoridade, iluminação, tudo pode compor, cada detalhe num dia, uma surpresa para nosso ambiente, que tanto nos educa e acolhe. Planejado com cuidado e afeto, garante-se a dimensão estética, que é indispensável, pois é neste ambiente que se celebram diariamente os encontros cognitivos e afetivos entre educadores, pais e crianças. Os detalhes fazem toda diferença, o educador deve proporcionar um ambiente acolhedor, que de fato a criança se sinta em casa. Porém neste ambiente a criança de ser um ser participativo, opinando e influenciando na organização do espaço.

Quando falamos de educação infantil, pensamos em crianças pequenas que algumas vezes não se expressam oralmente, porém devemos observar as ações que realizam, por exemplo, percebemos que tal objeto chama a atenção de todos e sempre que brincam levam para determinado canto da sala, é dever do professor, observar essa interação é mediar intervenções para que descubram algo novo.

O terceiro educador também é fundamental nas séries iniciais, os alunos estão descobrindo o mundo das letras, portanto é significativo que o ambiente escolar incentive a leitura e compreensão do mundo.

Enfim o ambiente tem muito que nos oferecer, porém precisamos sempre observar os interesses e envolvimento das crianças para que o conhecimento seja significativo.

beijinho*
Ate mais!

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Concepção pedagógica construtivista


Olá pessoal!


As concepções pedagógicas são bases para nossa prática de ensino, já estudamos o pensamento tradicional. Esse post irá abordar a concepção construtivista. Uma linha de estudo que até hoje está sendo estudada por teóricos e confundida com outras concepções por professores.
O construtivismo foi desenvolvido pelo psicólogo e epistemólogo suíço Jean Piaget, no início da década de 1920. Também foi de fundamental importância, para o desenvolvimento do construtivismo, as pesquisas realizadas pelo psicólogo russo Lev Vygotsky.

Conceito baseia em:

- O centro do processo de aprendizagem é o aluno.

- O professor não é um mero transmissor de informações, mas sim um facilitador e orientador do processo de aprendizagem. O professor tem a função de colocar o estudante diante de situações (práticas ou teóricas), para que estes encontrem soluções e, desta forma, construam o conhecimento. Neste processo, a experiência de vida do aluno e seus conhecimentos, anteriormente adquiridos, são de fundamental importância.

- Os níveis de amadurecimento, desenvolvimento e conhecimento de cada aluno deve ser respeitado e levado em consideração no processo de aprendizagem.

- Ao docente cabe também a função de incentivar os alunos na busca de novos conhecimentos e na aprendizagem de novos conceitos.

- O aprendizado vai sendo construído aos poucos. Um novo conhecimento ou conceito é aprendido a partir de conhecimentos e conceitos anteriores.

- O ensino é realizado e percebido como um processo dinâmico e não estático, como ocorre nos métodos pedagógicos tradicionais.

- O conhecimento não é entendido como uma versão exata da realidade, mas sim uma reconstrução daquele que está aprendendo.

Características

Sala de aula: é um o espaço no qual os alunos estão reunidos para aprender, não de forma de memorização, reprodução ou conteúdos prontos,  mas sim um local em constante movimento de entrada de conhecimentos, possibilidades, criatividade, sonhos e acontecimentos.

Metodologia:
ETAPA
DESCRIÇÃO
Resultados do ano anterior
Analise os resultados do que deu certo e errado no ano anterior.
Qualidade do aprendizado
Crie um sistema de avaliação que priorize a qualidade de aprendizado e não apenas a quantidade de conteúdo memorizado.
Fazer diferente
Levante novas estratégias pedagógicas, adequadas aos modelos de aprendizagem dos seus alunos.
Gerenciamento da sala de aula
Crie procedimentos para o gerenciamento e gestão de sala de aula.
Resolução de conflitos
Crie um sistema de resolução de conflitos aluno x aluno, aluno x professor, professor x pais.
Relacionamento com a família
Crie estratégias para encantar e se relacionar com as famílias dos alunos.
Participação da família
Crie estratégias e atividades para a participação da família no ambiente escolar e fora dele.
Habilidades e necessidades
Levante pontos fortes e fracos dos alunos, trace objetivos, crie intervenções e monitore semanalmente.
Portfólio individual
Levante os modelos de aprendizagem dos seus alunos e trabalhe as inteligências.
Portfólio do professor
Levante seus pontos fortes e fracos e trace um plano para sua mudança pessoal, com metas, estratégias e tarefas a realizar.

Fonte: BRITO, 2012, p. 2.

Relação aluno-professor: O professor é mediador e não é o dono do saber. Existe uma troca de experiências e conhecimentos entre ambos. O aluno é o sujeito de sua aprendizagem, ou seja, um ser ativo que participa do processo.

Avaliação: Não existe prova para avaliar o aluno, mas uma auto avaliação para a reflexão de sua aprendizagem. O erro não é visto como um tropeço, algo ruim, mas como algo que desafia o aluno, desta forma o erro é fundamental para a percepção do conhecimento.

Segundo Piaget, a criança ela passa por estágios, onde a interação do meio com o sujeito constrói seu conhecimento.

ESTÁGIO
IDADE
CARACTERÍSTICAS

Sensório-motor

0-2 anos
As crianças adquirem capacidade de administrar seus reflexos básicos para que gerem ações prazerosas ou vantajosas. É um período anterior à linguagem, no qual o bebê desenvolve a percepção de si mesmo e dos objetos a sua volta.

Pré-operacional

2-7 anos
Caracteriza-se pelo surgimento da capacidade de dominar a linguagem e a representação do mundo por meio de símbolos. A criança continua egocêntrica e ainda não é capaz, moralmente, de se colocar no lugar de outra pessoa.

Operações concretas

7-11 anos
Tem como marca a aquisição da noção de reversibilidade das ações. Surge a lógica nos processos mentais e a habilidade de discriminar os objetos por similaridades e diferenças. A criança já pode dominar conceitos de tempo e número.

Operações formais

12 anos
Essa fase marca a entrada na idade adulta em termos cognitivos. O adolescente passa a ter o domínio do pensamento lógico e dedutivo, o que o habilita à experimentação mental. Isso implica, entre outras coisas, relacionar conceitos abstratos e raciocinar sobre hipóteses.
Fonte: Ferrari, 2012, p. 3

Alguns pensadores foram influenciados por essa concepção, como Emília ferreiro, aluna de Piaget, que desenvolveu uma técnica para alfabetização das crianças. (que iremos estudar em outro post)

A concepção é maravilhosa, desde que tenha poucos alunos em sala de aula, pois o professor é apenas um mediador do conhecimento do aluno e deve observar a individualidade e necessidade de cada um. O conhecimento é uma troca de experiências e relações com o meio, portanto o meio deve ser inovador e explorador para o aluno. Vemos que a realidade das escolas pública não favorece para que possamos trabalhar desta forma, pois a quantidade de aluno em sala de aula é lastimável, porém o professor com sua dedicação tenta promover aulas onde o aluno tenha interesse e seja um ser ativo e participativo dentro de sala de aula. Mas não podemos fugir da concepção tradicional, somos obrigados pelo sistema a permanecer obrigatoriamente com o uso do livro, carteiras enfileiradas, salas organizadas e em silêncio. Não desistam e acreditem no seu potencial e dos seus alunos. Você segue o sistema, mas quem está dentro da sala é você.

Espero que tenham gostado.

Beijinho*
Até a próxima😘

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Alfabetização


Olá pessoal!

Como prometido vamos voltar com nossos estudos e o tema de hoje é alfabetização.  Este ano tenho o prazer de trabalhar com o primeiro ano, desta forma, iremos ter muitos conteúdos voltados a esse tema, então se preparem!
Neste post irei pontuar 5 práticas essenciais para ajudar a turma no aprendizado e orientar os professores de como auxiliar nesse processo, que para uns é desafiador/prazeroso e para outros complicado/cansativo.

1.   Identificar o que cada criança sabe

Como assim?

Avaliar o nível de conhecimento individual, com intervenções adequadas para cada aluno. Antes de ser inserida no contexto escolar, a criança já tem contato com diferentes tipos de textos, desta forma cada uma apresenta uma bagagem que é introduzida pela família.
Quando estamos em uma turma de primeiro ano percebemos que existem diferentes tipos de saberes, alunos pré-silábicos, silábico sem valor, silábico com valor, silábicos-alfabéticos e alfabéticos.



O que fazer?

A melhor forma de avaliar o conhecimento de cada criança é fazer uma sondagem. O que seria isso? Um ditado individual de lista de palavras do mesmo campo semântico, ou seja, do mesmo tema, por exemplo: uma lista de frutas, lista de comida, lista de materiais escolares... com diferentes quantidades de sílabas, desde monossílaba até a polissílabas.



Dicas:
  •  Usar a sondagem para analisar o desenvolvimento dos alunos, ideal uma por mês variando o campo semântico.
  •   Variar as atividades de acordo com o nível do aluno, alunos alfabéticos precisam de novos conteúdos para continuar a apreender.

 2. Realizar atividades focando no sistema  de escrita

Como?

Realizando atividades onde o aluno precisa pensar para obter a resposta, como as relações grafofônicas, ou seja, o aluno relaciona a escrita e o som.
Uma atividade que proporciona esse tipo de reflexão é quando o professor é o escriba e juntos formulam um texto.

Dicas:

  •        Promover momentos de leitura individual para que as crianças percebam a relação das letras, para a formação de palavras e textos.
  • Corrigir, quando pedimos para o aluno escreva do seu jeito, não estamos aceitando o que ele escreveu , caso esteja errado, estamos vendo o que já sabe. Caso escreva de forma incorreta é necessário que ele veja como realmente se escreve.
  •   A cópia é um recurso que eu particularmente uso. Porém em determinados momentos, como: o cabeçalho, rotina, textos criados pela turma...
“Se reconhecermos que a cópia é somente uma das atividades que contribuem para a aquisição da escrita, se a incluirmos como recurso para resolver problemas de produção, se não esperarmos que o resultado seja cópia fiel do modelo e apreciarmos as diferenças como expressão da atividade intelectual dos nossos alunos no processo de reprodução; então, podemos dar lugar à cópia no processo de ensino.

  •   Leitura coletiva feita pelo professor, destacando características de linguagem.


      3. Criar projetos didáticos para alfabetizar

Como assim?

Um processo planejado com a participação dos alunos que tenha um objetivo de pesquisa e resulte em um produto final. Deve promover interesse de todos envolvidos e sentido aos alunos. O tema para o projeto deve ser escolhido pela turma ou o professor deve observar o que chama a atenção dos alunos. Desta forma, o conteúdo a ser trabalho será de fácil compreensão, já que os alunos já estão envolvidos. Podem ser criados diferentes projetos como: Eu sou o autor, onde cada criança irá confeccionar um livro e no final eles vão expor e autografar, criações de jogos que estimulem, cada criança cria seu jogo e compartilha com a turma no final, reciclagem do lixo, onde irão trabalhar seleção e para onde vai o lixo...

    4.  Trabalhar com sequência didática
O que é?
“É um termo em educação para definir um procedimento encadeado de passos, ou etapas ligadas entre si para tornar mais eficiente o processo de aprendizado.”




A sequência deve ter um objetivo a ser alcançado no produto final, onde terão passos para chegar até lá. O ideal é promover desafios para que os alunos tenham metas a ser conquistadas.  Os alunos podem alterar aos passos da sequencia, o professor pode orientar de acordo com as expectativas da turma.

A sequência deve ser bem organizada para que não fuja da proposta estabelecida e assim avaliado cada parte.

Etapas presentes na sequência didática:

·         #Dica 1 Explorar as habilidades socioemocionais:
São atividades que permitem que as crianças identifiquem sentimentos, emoções e organizações sociais. O foco é o autoconhecimento e a socialização e interação com os colegas.
·         #Dica 2 Explorar os sentidos:
Nessas atividades, o foco é a descoberta da visão, audição, tato, olfato e paladar.
·         #Dica 3 Explorar linguagens:
Aqui, entram as atividades em que a turma trabalha a linguagem oral e escrita, a música, o desenho e outras mídias (como vídeos, jogos online, etc.).
·         #Dica 4 Explorar conceitos matemáticos:
Ocorre quando são apresentadas noções de maior e menor, perto ou longe, formas geométricas, números, somas ou subtrações.
·         #Dica 5 Explorar conteúdos específicos:
Finalmente, há espaço para o aprendizado de temas específicos como natureza, literatura ou arte, entre outros.
Durante a sequência, garanta que haja um equilíbrio entre atividades individuais, em duplas e coletivas. Cada uma delas vai gerar interações e aprendizado distintos. Enquanto um exercício individual foca nos conhecimentos adquiridos por cada criança e exige mais concentração, duplas são excelentes para que cada um exponha pontos de vista e, juntas, elas discutam hipóteses. Já grandes grupos proporcionam trabalho em equipe, respeito às regras e troca de aprendizados.

    5. Atividades permanentes

O que é?

São atividades que devem estar na rotina todos os dias, como leitura de livros, escrita de textos e palavras com o professor escriba ou correção de palavras escrita pelos alunos, leitura do alfabeto, chamada dos alunos com crachás e entre outras. Proporcione momentos de brincadeiras onde possa de forma lúdica apresentar os conteúdos.

Dica:

Leve para sala de aula, diferentes gêneros textuais.

Digo sempre que a aula deve ser prazerosa para os alunos e para o professor, para que haja aprendizagem precisa ser significativa.

Espero que tenham gostado.
Dúvidas comentem 😘
Beijinhos*

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Concepção pedagógica tradicional

Olá pessoal...


Conversando com algumas colegas de trabalho percebi o quanto algumas pessoas tem dúvidas relacionadas às metodologias de ensino. Acreditam que algo dá certo, porém não executam na prática, pois o sistema e a concepção da escola não aceitam a proposta estabelecida pelo professor, a falta de recurso e apoio da gestão também acaba acarretando um descontentamento ao tentar trabalhar da forma que acreditamos. Enfim, pensando nisso resolvi fazer um post para cada metodologia, explicando cada uma e assim iremos perceber qual melhor se encaixa aos nossos métodos de ensino. Iremos iniciar pelo “convencional”, a metodologia tradicional, leia o post para entender melhor.

Linha tradicional/ Concepção pedagógica tradicional/ método de ensino tradicional

Vamos viajar ao passado e entender um pouco da historia, pois foi no século XVIII no período do iluminismo que a educação foi fortemente incentivada. A partir daí que o homem aprende a utilizar seus potenciais e, como consequência disso, o mundo passou a evoluir e se desenvolver. É importante destacar o surgimento da Enciclopédia cuja intenção era a de facilitar que o conhecimento, reflexivo e técnico, se espalhasse o máximo possível, pois era segundo os iluministas, o único meio de se alcançar o progresso.
  
No Brasil, a pedagogia tradicional teve seu inicio no século XIX, passou com grande força para o século XX e ainda perduram raízes dela pelo século XXI. Reconhecida como tendência liberal, chegou como pioneira e sem muitas mudanças.

O papel da escola tradicional é fazer com que o aluno cresça pelo próprio mérito a partir do conhecimento repassado pelo professor, de forma extremamente mecânica, fria e crua, onde as particularidades não são respeitadas, todos devem aprender da mesma forma e o professor é o dono do saber e do conhecimento, tendo como característica a posição de  único sujeito ativo e o aluno como sujeito passivo, onde  deveria apenas receber o conhecimento e por si só desenvolver suas características sociais, políticas e humanas em geral de uma forma que os menos capazes ficariam para trás nessa escala de desenvolvimento.

Essa visão é ultrapassada, porém ainda perpetua até os dia de hoje. Onde a escola oferece o ensino, colocando o professor como o ser sábio e os alunos são apenas um agente receptor de conhecimento.

A pedagogia tradicional é marcada por um ensino baseado em verdades impostas, os conteúdos repassados eram basicamente os valores sociais acumulados com o passar dos tempos com o intuito de prepará-los para a vida, e esses conteúdos são determinados pela sociedade e ordenados na legislação independente da experiência do aluno e das realidades sociais, fazendo com que a pedagogia tradicional seja vista como enciclopedista.

As escolas que adotam a linha tradicional acreditam que a formação de um aluno crítico e criativo depende justamente da bagagem de informação adquirida e do domínio dos conhecimentos consolidados.
Não há lugar para o aluno atuar, agir ou reagir de forma individual. Não existem atividades práticas que permitem aos alunos inquirir, criar e construir. Geralmente, as aulas são expositivas, com muita teoria e exercícios sistematizados para a memorização.

Características da concepção pedagógica tradicional

O papel da escola é o de promover uma formação puramente moral e intelectual, lapidando o aluno para a convivência social, tendo como pressuposto a conservação da sociedade em seu estado atual.

Os conteúdos de ensino são aqueles vivenciados ao longo do tempo e são passados como verdades absolutas, sem chance de questionamentos ou levantamentos de dúvidas. Nessa concepção não está presente à consideração sobre os conhecimentos prévios do aluno, apenas o que está no currículo é transmitido.

A Metodologia de ensino é a exposição verbal por parte do professor e a preparação do aluno. O foco principal é exercícios e na memorização de fórmulas e conceitos. Desta forma, o professor apresenta o conteúdo, relacionando com outros assuntos, onde generaliza e aplica os exercícios.

A relação professor-aluno é marcada pelo autoritarismo. Somente o professor possui conhecimento para ensinar, o papel do aluno é o de receber o conhecimento transmitido pelo professor. O silêncio em sala de aula é imposto pela autoridade docente.

A avaliação é realizada predominantemente visando a exatidão da reprodução do conteúdo comunicado em sala de aula. Pode ser feita através de chamadas, exames, provas orais, exercícios, etc.

Ao falarmos as principais características da concepção tradicional percebemos que ela se encontra cada vez mais presente nas práticas pedagógicas atuais, isso mostra que não estamos evoluindo. Apesar de hoje em dia se pregar a importância de evidenciar o conhecimento prévio do aluno, pouco se ver o aproveitamento dessa investigação e principalmente a sua relação com os conteúdos curriculares.


Vemos com frequência as metodologias tradicionais de ensino sendo utilizadas pelos professores da atualidade, como: exposição verbal, foco nos exercícios, na repetição e na memorização.  No caso da relação professor-aluno, na maioria das escolas, o predomínio da autoridade do professor, com a imposição do silêncio. A avaliação está totalmente ligada à concepção tradicional, dando-se por meio de tarefas para casa e pela prova escrita. Não será fácil nos desligarmos desta concepção, porém devemos estudar e avaliar o que podemos levar para nossa prática e pensar nas necessidades dos nossos alunos.

Espero que tenham gostado 😉
Beijinhos 😗

domingo, 2 de abril de 2017

Quanto tempo dura o período de adaptação?

Olá pessoal, já iniciamos o mês de abril e percebemos que nossos alunos ainda choram para entrar, os pais se sentem inseguros, não estamos conseguindo aplicar as atividades planejadas e vem a seguinte pergunta, quanto tempo dura o período de adaptação? Acabamos nos sentindo frustrados, com a sensação de incompetentes, onde é que estamos errando? Calma, esse post irá te ajudar a sair dessa situação, sei que na teoria tudo fica mais fácil e na prática é diferente, mas acredite no seu potencial e veja que a teoria pode te ajudar muito.

É comum ouvimos professores comentando: 

 “Neste ano minha turma está difícil.
As minhas crianças chegam cansadas, ficam irritadas facilmente.
Percebo que eles não estão prontos para participar de projetos, não se entrosaram com os colegas, o espaço, os horários…”.

O que esta acontecendo para chegarmos nessa conclusão no período de pós-adaptação? Onde esta o erro?

Primeiramente vamos relembrar alguns aspectos que o ambiente escolar proporciona a criança:

  •        Relações com os adultos diferentes;
  •        Relações com outras crianças;
  •        Construção dos tempos coletivos e a rotina;
  •        Interações com o espaço;
  •        Interações com os materiais diversos;
  •       Aspectos individuais;
  •       Segurança.


É fundamental que o professor estabeleça um vinculo com a criança para que assim se sinta segura longe de seus pais, pois cada criança vem com sua bagagem e suas histórias, onde devem ser respeitadas. Mas questionamos o seguinte, “Dou carinho, ofereço momentos diversificados, mas a criança continua a chorar e não aceitando o ambiente escolar, não sei mais o que fazer?”.

A criança se cativa pelos os estímulos que o meio as oferece, devemos proporcionar um ambiente que desperte desafios e curiosidade ao olhar da criança.

Vamos citar erros comuns que não percebemos e que acaba fazendo com que a criança desencante com o ambiente.


  •          A sala continua decorada da mesma forma desde o inicio do ano?
  •          Os brinquedos apresentados são sempre os mesmos?
  •          Os brinquedos são apropriados para a faixa etária?
  •          Existem cantos diversificados e permanentes que instiguem as crianças à curiosidade?
  •          A apresentação da rotina está acontecendo para que assim as crianças percebam que em breve seus pais irão voltar para busca-los?
  •          Nos professores estamos felizes, demonstrando entusiasmo com as crianças, interagindo constantemente com eles?

Vemos que existem fatores que dificultam uma boa adaptação, agora vamos às dicas para melhorar nosso desenvolvimento na sala e sair da frustação da “eterna adaptação”.    


1.  Variedades de brinquedos


  •          Organizar um canto com carrinhos e uma grande pista desenhada num papel. Em outro dia acrescentar algumas caixas para talvez se transformarem em casas, garagens…
  •          Juntar bichinhos de plástico e pelúcia, alguns gravetos, pedras e folhas para sugerir uma floresta, um zoológico…
  •          Um ambiente com bonecas, bacias, paninhos, um pouco de sabão e água para compor o cenário do banho. A partir do interesse (quase certo!), organizar, em outra ocasião, bichos de plástico, panelinhas ou peças dos brinquedos de montar para serem lavados.
  •          O canto do fogão com as panelinhas, colheres e pratinhos está do mesmo jeito desde o início do período letivo? Que tal organizar de outra forma, empilhando caixas de papelão como se fossem estantes para a louça da cozinha? Coletar folhas, flores, sementes e pequenas frutinhas no jardim, disponibilizar em caixinhas, bandejas e pequenos cestos para ampliar a brincadeira com novos ingredientes para fazer as comidinhas.
  •         Diferentes maneiras de organizar as peças dos jogos de montar podem provocar novos desafios e brincadeiras. Reunir dois jogos que podem se complementar, por exemplo, Pequeno Construtor com um jogo de pistas; reunir peças de diferentes jogos por cor ou tamanho; unir peças de montar e panelinhas.
  •          Nunca subestime a imaginação da criança, ofereça sucatas e deixe que brinquem livremente, a partir desta simples brincadeiras, eles irão criar diferentes brinquedos.


   2. Canto do desenho

Vemos o quanto desenhar acalma as crianças, pois proporciona um momento de concentração e de prazer, podemos oferecer diversos matérias para variar e não se tornar entediante, um dia coloca papel e lápis e no outro tinta ou canetinha...

        3. Canto da leitura

É comum na educação infantil vemos na sala esse cantinho, porém devemos ver como ele está sendo organizado. É necessário ser aconchegante e promover um momento relaxante para a criança. Deve conter livros apropriados e em bom estado, para que aprendam a cuidar também.

          4. Valorizar a cultura

Devemos valorizar a cultura de cada criança, podemos criar formas que mesmo na escola possam lembrar e apresentar sua família para os demais, como um painel da família ou a visita de algum familiar.
No momento da rotina uma criança pode contar algo sobre o que fez no final de semana, com quem brincou, quem deu comida ou o familiar pode fazer uma visita na escola para fazer algo com a criança e seus coleguinhas, como uma roda de leitura, um desenho coletivo, uma culinária... A participação é fundamental, desta forma haverá uma ligação e a entre a escola e a família.

          5. Espaços externos

Devemos promover momentos que as crianças possam sair da sala, um ambiente arejado e com luz solar, onde passam explorar o ambiente. Oferecer materiais como caixas, folhas, potes, água, tecidos entre outros materiais. O pátio também é um momento de descobertas, variar as sugestões de brinquedos é uma ótima saída. As motocas são importantes, mas é bom variar.

          6. Tempo

De que forma o tempo está sendo gasto?
Cada criança tem seu tempo para a realização das atividades, passar muito tempo fazendo a mesma coisa, causa irritação e muitas vezes agressividade. Ou interromper a criança na realização da atividade, pode gerar um desconforto e assim também reagir de forma negativa. O professor deve ter estratégias para que no final de cada atividade as crianças não fiquem entediadas, como oferecer um livro, dar uma folha para desenhar e oferecer um brinquedo. Faça seu planejamento pensando no tempo mínimo que eles conseguem ficar concentrados na atividade. Estabeleça relações de atividades para que se concentrem mais, como depois de ouvir uma história irão fazer o desenho sobre a mesma, uma atividade de agilidade e movimento e outra mais calma e relaxante, assim irão aproveitar melhor o tempo.


Sabemos que nada é fácil, mas trabalhe para que seu dia seja menos estressante e mais proveitoso, crie possibilidades dentro das suas condições para tornar sua sala um ambiente agradável, onde as crianças se sintam acolhidas. Desperte o prazer do novo. 
Espero que tenham gostado.
beijinhos😚

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Adaptação na educação infantil

Olá pessoal!

Voltei!😁

Esse ano será um ano de muitos estudos, quero poder compartilhar novas experiências e assim poder contribuir para o aprendizado de estudantes de pedagogia e professoras já formadas.
Hoje o post irá abordar um assunto que muitos temem no inicio do ano, o período de adaptação. Esse momento é difícil tanto para os pais, para a criança e para as professoras, pois o novo se inicia e tudo que é novo causa certo desconforto e insegurança. Mas vamos tentar amenizar essa situação, para que se torne “tranquilo”, bom um pouco melhor do que podemos imaginar né! Não se frustre, mantenha a calma e leia o post. 😉

Vivemos nos adaptando a todo o momento, pois a cada decisão que fazemos nos deparamos com algo novo, quando você escolhe ser professora, já sabe que a cada ano terá que se adaptar novamente, onde tudo será diferente, novas crianças, novas parcerias ou até nova escola. Para sabermos lidar com isso precisamos trabalhar o nosso interior e ter confiança, respeito, segurança, compreensão para lidar com essa situação. Se para nós adultos não é fácil, imagina para as crianças, precisamos ter mais paciência com eles.

Vejamos da seguinte forma, quando se fala em adaptação na educação infantil lembramos apenas dos alunos novos que estão indo para a escola pela primeira vez, mas a adaptação será feita com todos, pois para aqueles que já estavam na escola também será novo, outra professora, turma diferente e também estará em um novo ambiente. Qualquer criança independente da sua faixa etária terá insegurança e ansiedade, pois está saindo do conforto de seus pais para ficar em um ambiente com pessoas diferentes, lembrando que estavam de férias passando grande parte com seus pais e estão acostumados com determinada rotina e agora precisam mudar alguns hábitos, costumes e passar a conviver com outras crianças.

Na adaptação acontece o momento de transição, onde a criança começa a se habituar à nova rotina longe de seus pais e cria vínculos afetivos com as professoras e colegas, se sentindo mais seguro e confiante, o choro passa a ser menos constante e percebem o prazer de estarem na escola. Mas ai vem à pergunta, quanto tempo dura essa transição? Então... Não temos uma resposta, pois cada criança tem seu tempo para se adaptar ao novo, pois tudo depende da forma que esta sendo apresentada a escola a ela, por isso a participação da família na escola é muito importante, ambas precisam estar disposta a mostrar o novo como algo positivo. Precisamos ter um olhar individualizado para cada criança e ter a percepção de acolher essa criança da melhor forma possível.

Vamos ver alguns pontos necessários que o professor precisa saber.

- No momento da matricula, seria interessante que a escola pedisse aos pais uma “carta”, onde os mesmos iriam citar qualidades e comportamento que seu filho apresenta, como: brincadeiras preferidas, medos, quem costuma ficar com a criança, além de cuidados especiais de saúde e alimentação. Com essas informações o professor saberá lidar melhor com a criança e se planejar para sua turma.

- No momento de iniciar o planejamento é necessário elaborar estratégias que possa agradar todas as crianças, como cantinhos diversificados com brinquedos de montar, que façam sons, ursos de pelúcia, carros, bonecas e entre outros. (Lembramos que estamos falando de educação infantil)

- Ao planejar elabore varias atividades, pois muito tempo fazendo a mesma coisa podem se dispersar e recordar dos pais, assim voltar a chorar.

- Tenha muita paciência para lidar com as famílias, pois também estão inseguros, vão deixar o bem mais precioso com estranhos, por isso cative-os mostre que irá cuidar bem do filho deles, permitam que vejam seu cuidado e responsabilidade.

- Para que a criança crie um laço afetivo, ao ser recepcionada é importante que seja com a mesma pessoa, assim terá uma referência. Porém é necessário que interaja com todos da equipe caso a pessoa que a recepcione se ausente.

- A despedida da família, vai depender de cada escola. Alguns acham que a despedida deve ser breve e que a criança não perceba e os pai aproveitam para sair no momento de distração, mas logo que a criança percebe que está sozinha, se sente abandonada e começa a chorar. Porém prefiro estabelecer um acordo com os pais, onde ficam na sala com a criança, para que conheçam o ambiente, aos poucos a professora se aproxima da criança para estabelecer um vinculo, assim que a criança se aconchegar no ambiente os pais saem da sala para permitir a interação da criança com as professoras e os colegas. Sempre que necessário os pais podem voltar à sala ou até mesmo a professora pode levar a criança para vê-los e assim tranquilizar essa criança.

- No período de adaptação, não é o momento de desfralde ou tirar chupeta, a criança precisa se sentir segura para começar esse processo. Não a reprima, caso use algum objeto de apego como, chupeta, pano ou um brinquedo deixe-a para que tenha algo que a recorde de sua família.

Vamos dar o nosso melhor para que esse momento seja agradável para todos, não é fácil, esse processo é desgastante, mas sabemos que é apenas por um período, não desista!

Caso tenha alguma dúvida ou sugestões, deixe seu comentário.😍
Beijinhos*💋